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Não é de hoje que os agricultores de algumas comunidades do interior de Chopinzinho sofrem com as quedas e os longos períodos para restabelecer a energia elétrica. Também não foi uma, nem duas vezes que representantes da Copel (Companhia Paranaense de Energia) estiveram no município para escutar a população e apresentar soluções para resolver o problema. Na busca de unir forças foi realizado quarta-feira, dia 23, Audiência Pública para debater novamente o tema. Os agricultores de 23 comunidades, junto dos vereadores, Administração Municipal e representante da Copel se reuniram na Câmara Municipal de Vereadores, no período da manhã.

A reunião foi motivada pelo vereador Marcos Monteiro, que após ouvir reclamações de alguns agricultores, fez o levantamento de quantas comunidades estão sendo afetadas com a falta de luz. “Me surpreendi: mais de 23 comunidades são atingidas com a falta de energia elétrica. Então, a partir desses relatos, conversamos com o executivo municipal e o prefeito Álvaro organizou essa audiência para debater o tema e encontrar uma solução”.

No decorrer de duas horas, foi possível ouvir todos os lados envolvidos. Segundo relato do Presidente da Associação Municipal dos Avicultores de Chopinzinho (ASMAC), Ilseu Peretti, “a falta de luz está se tornando um problema gravíssimo, a avicultura vive de centavos, o frango que criamos é de alta genética, exige muita qualidade e qualquer meia hora de falta de energia, afeta o lote inteiro. Tem avicultores que estão pensando em fechar o aviário porque todo o lote sofre problemas com falta de luz”.

O Presidente da CLAF (Cooperativa de Leite da Agricultura Familiar) José Inácio Steffen, diz que “existem temporadas que a perca é bastante grande. No mês de dezembro, alguns produtores ficaram dois dias sem poder ordenhar, ou se ordenhava jogava o leite fora porque não tinha onde armazenar e resfriar o produto. Creio que a perda que temos na produção de leite chega a 10% ao ano por produtor”.

Os mais afetados são os agricultores familiares, propriedades pequenas que não tem gerador e ficam totalmente dependentes do serviço da Copel. Além da falta de luz, outro ponto está na demora para restabelecer a energia elétrica. Existem casos que passou de 12 horas até voltar a luz na propriedade. Outro relato é a falta de atendimento através de telefone ou equipe para executar o serviço.

Não satisfeito com o posicionamento da empresa, o Prefeito de Chopinzinho, Álvaro Scolaro afirma que vai seguir a diante, buscando o apoio de deputados e lideranças estaduais até que a Copel resolva os problemas das comunidades. “Até agora só foi apresentado indicadores, normativas, mas não foi apresentada uma solução prática, por exemplo que a Copel vai aumentar o número de equipes de plantão, investir na manutenção das redes, ou que irá colocar uma nova fonte para abastecimento da nossa subestação. Eram essas respostas que esperávamos escutar da Copel, mas infelizmente nessa audiência não tivemos e vamos continuar lutando pelo chopinzinhense e desenvolvimento da cidade”.  

Representando a empresa de energia durante a Audiência Pública, o Gerente da Copel da regional de Laranjeiras do Sul, Diego Falkemback, não apresentou soluções, apenas explicou o motivo de algumas quedas de energia e o posicionamento da empresa. “Estamos levando cerca de 22 reivindicações, para verificar os indicadores e melhorias que são necessárias para diminuir as interrupções relatadas nessa Audiência Pública. Infelizmente a única forma de garantir segurança no abastecimento elétrico quando acontece algum defeito é desligando. Mas estamos trabalhando com equipes de manutenção, projetos e investimentos para melhorar os índices de qualidade”.

Ao término da Audiência foi entregue um documento ao gerente da Copel com todas as reclamações e localidades atingidas. Nas próximas semanas o tema deve voltar ao debate.