Imagine a cena: Você tem uma chácara, e todo mês passa agrotóxico nas suas plantações. Hoje, pode apresentar uma alergia ou uma tosse por isso. Mas e amanhã? E daqui a 10, 20 ou 30 anos? O uso de agrotóxicos além de problemas imediatos é cumulativo no organismo das pessoas. Pensando nisso e para verificar a situação do Município de Chopinzinho, Administração Municipal, através Vigilância Sanitária aderiu ao Programa Estadual de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, o PARA.
Hoje não temos dados sobre agrotóxico nos alimentos em Chopinzinho. Com a adesão, no futuro será possível estabelecer parâmetros e prever ações mais amplas e com cruzamento de dados, como, por exemplo, de maior incidência de determinada doença na região. Serão pesquisados 234 tipos de agrotóxicos em 25 tipos de alimentos, que representam 70% do consumo alimentar de origem vegetal no Brasil. “Somos o primeiro Município com menos de 50 mil habitantes a participar. Isto é fruto do trabalho desenvolvido pela Secretaria e a adesão se torna ainda mais importante na parte orientativa e para compreendermos o histórico de Chopinzinho no uso do agrotóxico e consequências para a população”, explica a Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Sandra Toigo.
Entre frutas, legumes e verduras, cada pessoa consome em média 5ml de agrotóxico por dia. O foco do PARA são os produtos entregues para a merenda escolar na rede pública de ensino. As amostras vão começar a serem colhidas em agosto, para posterior envio para análise. A Vigilância Sanitária vai começar treinamento em Pato Branco para desenvolvimento do programa.
No Mundo, se estima que ocorrem anualmente mais de 200 mil mortes em virtude de problemas gerados pelo uso de agrotóxicos. O uso é cumulativo e além de sintomas no curto prazo, estudos apontam no longo prazo problemas como alterações comportamentais, tumores, problemas hepáticos, intoxicações crônicas, paralisia e lesões cerebrais. Neste sentido, se torna ainda mais importante o conhecimento da realidade local e a conscientização da população e trabalhadores quanto ao uso dos químicos.